Por André Bozzetto Junior
Quando a lua raiou, ele já estava distante. Havia dirigido por horas ininterruptas e o fato de ter chegado a outro Estado lhe passou a sensação de que já estaria em segurança. Ao sair da rodovia interestadual, bastaria dirigir por mais cinco quilômetros e logo ele chegaria ao sitio do Breno, um velho amigo que, sabendo de tudo, se prontificou a lhe dar abrigo.
Faltando menos de um quilometro para a entrada da propriedade, foi preciso frear de súbito quando os faróis iluminaram um corpo estendido no meio da estrada. Imediatamente ficou claro que o corpo era de Breno, e que ele havia tido uma morte horrível.
Antes mesmo que a primeira marcha pudesse ser engatada para colocar o carro novamente em movimento, um grupo de meia dúzia de criaturas horrendas e bizarras surgiu da mata que ladeava à estrada e cercou o veículo.
Naquele momento de tensão que antecede o mais completo desespero, uma reflexão tão contundente quanto inusitada lhe veio à mente: por que a imensa maioria das pessoas acredita que os lobisomens são meros seres fictícios perpetuados apenas no folclore e na fantasia? A trágica conclusão não tardou a vir: pelo simples fato de que os que descobrem a verdade raramente conseguem se manter vivos por muito tempo.
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