Por Adriano Siqueira
Seus dentes caninos eram colocados no meu pescoço novamente. Maldita vampira. Ela me sugava toda noite… Eu tinha medo até de dormir. Sabia que ela iria aparecer de novo. Só que, desta vez, estaria preparado. Fiz uma estaca com um cabo de vassoura e peguei um martelo de carne da cozinha apaguei a luz e fiquei ali, escondido atrás da porta do quarto.
Eu estava suando muito e ficava pensando nas noites em que fui atacado e seduzido por está vampira. Desde que a conheci eu nunca mais consegui dormir novamente. Você sabe o que é ser sugado por onze anos? Onze anos indo a clínicas, fazendo exames, tratamentos médicos, pílulas, antibióticos… Quase não conseguia sair mais da cama. Chamavam-me de louco, mas hoje ela iria pagar.
Estava certo que ela morreria esta noite. Minhas mãos tremiam, minha boca estava seca, meus olhos mal conseguiam manter-se abertos. Chovia muito quando ouvi um barulho na janela. Isso não era comum. Ela nunca fazia barulhos. De repente escutei a janela sendo quebrada e logo em seguida ouço gemidos bem baixos. Finalmente tomei coragem e olhei para ver o que estava acontecendo.
Era ela. Caída, com uma estaca no peito e cheia de sangue… Larguei o cabo de vassoura e o martelo. Corri para ver o que estava acontecendo e coloquei-a em meu colo… Ela olhou para mim, chorando… Alisando meu cabelo, bem devagar, ela me disse, bem baixinho:
— Eu te amo!
Eu arranquei a estaca de seu peito e a coloquei em meu colo. Conforme as minhas lágrimas alcançavam seu corpo, uma fumaça tomava conta daquele lugar. E quando a fumaça parou, seu corpo já não existia mais…
Aquela noite foi longa…
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